Recife, 29-08-2013
Autora: Valéria Saraiva
Um dia minha mulher chegou em casa e me disse: _ Amanhã vamos
ao Hemocentro.
Então eu
perguntei: _ Por quê?
E ela
respondeu: _ O pai do amigo de uma amiga minha vai fazer uma cirurgia e precisa
de doadores de sangue. Então eu ofereci o seu.
Pasmo com
aquela ideia, não tinha nada contra doação. Apesar de nunca ter feito. Mas por
que ela prometia e eu é que tinha de doar no fim das contas?
Para não
irritar a patroa acabei realmente indo ao Hemocentro. Chegando lá peguei uma
ficha e aguardei. Era um ambiente frio e não muito convidativo. Em determinado
momento um atendente me chamou e fez uma bateria de perguntas. Depois fui para uma
fila onde realizaram uns testes. Os resultados apontaram o que eu mais temia.
Que eu estava apto para fazer a doação.
Em poucos
minutos me chamaram para uma sala onde não permitiram acompanhantes. Lá fui
atendido por uma enfermeira desprovida de beleza e de juventude, que pediu que eu
sentasse em uma poltrona e estendesse o braço. De repente ela apontou pra mim
uma agulha que mais parecia um cano. Após puncionar a veia e deixar a bolsa de
sangue enchendo a enfermeira saiu dizendo para chamar se precisar. Pensei que
iria desmaiar. Achei que tinha tirado todo meu sangue. Depois de terminada a
doação ela colocou um curativo no meu braço e me ofereceu um lanchinho antes de
sair para não ter tontura.
E assim acaba
minha saga no Hemocentro.