segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Perigo Cristão

Cabo, 09/04/1997


Ó! Mãe, que em tão puro coração tem o sexto sentido.
Ouve, por favor, este pedido.
Salva este teu filho ingrato.
Mãe, que tão mal procedeu em conceber-me
Tanto me amou, mas tanto se arrependera
Por um dia ter-me dado a luz.
Ó! Mamãe, não sou digno de ser filho de uma santa tão bela,
Tal qual a que vi na capela,
Nunca te mereci e agora vejo meu erro.
Mãe, queimaste uma vez tua mão no fogo por mim
Mãezinha, eu te peço não me deixe dormir
Nos fogos eternos do inferno e da dor.
Peço-te de joelhos no meio da multidão
De santos que a rodeiam em teu altar.
Mãe, salva este pobre cristão que no meio dessa aflição veio te procurar.
Afasta os abutres que me rodeiam,
Que devoram minha alma,
Sugam a pouca esperança que tenho,
Me tira desse cortejo de tristeza e de pressão.
Afasta a fome, a miséria, afasta a desolação
E traz um pouquinho de vida para este pobre coração.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um Canto de Amor

Natureza virgem e pura
Que o homem não ouse te tocar
E que ele não lhe faça sofrer
Como faz a tantos dos teus filhos.

Ó, mais bela de todas as belezas,
Que habita a água das cascatas
E vê o orvalho nas folhas das tulipas.

Ouve este canto que os passarinhos tentam cantar.

Que canto é este tão branco
Que pela selva de espanto
Vem o fogo calar?

É o canto das andorinhas
Que nesta selva de espanto
Vêem seus filhos queimar.

É um canto de pranto,
É um canto de dor,
Vendo a vida morrendo,
Vendo o fogo matando,
Vê seus filhos chorando,
Vê o pranto correndo.

Que canto é este que trás
Tão triste melodia?

Ó deusa do amor,
Ouve este canto de dor,
Cala este canto
Como calaste tantos
De alguns filhos que nem chegaram a viver.

Acende uma luz em meio à escuridão
E chora mais uma vez a última andorinha.