Cabo, 16/09/1998
As palavras que se entrelaçam em uma poesia,
São as mesmas palavras que de dia
Afogam o mundo na miséria, na violência e hipocrisia.
Esquartejam a estrofe com um machado forte,
Trituram as rimas com pedras e limas,
Apodrecem o ritmo,
Anoitecem o mito e fecundam a mentira.
Sem sentimentos,
Sem momento,
Blasfemam delirantes e cantam sua ira.
A cólera abundante transborda e cobre a vila.
Corre extravagante, apaga as cinzas da lira,
Inunda o subúrbio, a favela, o submundo
Do craque e da heroína.
E seres miseráveis que gemiam nos esgotos,
Gritavam e seu grito desaparecia aos poucos.
Sei que os únicos que sobreviveriam a enchente que vinha,
Seriam os donos do mundo,
Apenas a burguesia.
Oieeee...
ResponderExcluirVerdade
ResponderExcluirAmor, esta foi muito profunda... a la Karl Marx, então, camaradas do mundo inteiro: uni-vos! (pelo mesmo ideal!)
ResponderExcluirNoossa... essa eu nunca tinha visto, apesar da idade rsrrs muuuito boa :D
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