terça-feira, 19 de julho de 2011

Sangue Tupi


Cabo, 21/05/1999


Explode o vulcão do ocidente
Sua lava dissolve vilmente
As vértebras do animal.
Escorre das rochas crepitantes
Na síndrome de um gigante
Dilacerando a tribo tupi.
Os abutres voam festejando
O podre destino do índio daqui.
Escravo dos vermes
Na terra que é sua, viu-se consumir.

Dos fúnebres braços da tempestade
Viu respingar as gotas da maldade
A vitória do vulcão.
No silêncio da erupção
Na fumaça que sai do chão
Um vazio na amplidão.

Nenhuma flor para olhar
O jazigo onde está dormindo,
Nenhum olho pra chorar,
Nenhum ente pra lembrar
Esquecido como um mendigo
Somente os abutres a lhe devorar.

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